jueves, 15 de abril de 2010

Artur da Távola, Soneto do absurdo

O impossível mora dentro do discurso
Oriundo do motel dos números.
A ciência tomou um porre sem beber
(O que teria salvo.)
A elegancia é fácil para a mulher esguia
Mas a arrogancia nao a salvará do cáncer.
O homem cibernético não sabe ler suspiros
Da morena sensual que se agita de insonia.
Desdeno a beleza do verso!
Dela, meu horror não carece.
A vida é um crime perfeito
Do qual Jesus e Buda são detetives.
Deus insiste em negar as pistas
Enquanto os homens garimpam o absurdo.

Fuente: Calentura (1986) de Paulo Alberto Monteiro de Barros (Artur da Távola) escritor y político brasileño.