domingo, 4 de marzo de 2012
Florbela Espanca, Tortura
Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
– E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento! ...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
– E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento ...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!
Florbela Espanca
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Desconfio muito de sonetos sendo musicados, mas aqui se acasalaram bem!
ResponderEliminar:)
eu adoro Florbela Espanca! e gostei desse soneto musicado
ResponderEliminartambém gosto muito do Trovante cantando "Ser poeta"
beijo, querido.
O Raimundo Fagner, cantor brasileiro nascido no estado do Ceará, também musicou este soneto. E o resultado foi muito positivo.
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