Este que vês, de cores desprovido,
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.
Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
Oculto nele e nele convertido
do tempo ido excusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.
Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
Oculto nele e nele convertido
do tempo ido excusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.
Ana Hatherly es, seguramente, la mayor figura poética de Portugal. Nacida en 1929 en Porto, comenzó a publicar en 1958. Además de trece libros de poesía, ha incursionado en la narrativa y el ensayo. Su revalorización de la poesía visual portuguesa de los siglos 16 y 17 como así también de la poesía experimental del siglo XX, la ubican en un plano teórico insoslayable, tanto por la agudeza interpretativa como por la exhaustividad en la investigación.
Incluimos este soneto, que sigue una conocida línea barroca-y post-barroca- de paráfrasis y homenaje. Esperamos también que esto mínimamente mueva, entre los hispanoparlantes que frecuentan la poesía portuguesa, a descubrir esta genial escritora que es Ana Hatherly.
Excelente diálogo!
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